quarta-feira, 16 de março de 2011

Lágrima.


Nunca tive portas.

É estranho encontrar uma paixão pela liberdade do horizonte com a vida insistentemente presa a quatro paredes. Encontrar de repente o momento em que portas e janelas são exatamente as mesmas, ambas buracos nas paredes.

Incomodar-se repentinamente com a necessidade das quatro paredes e da contraditória necessidade de janelas. Observar atento e seguro, destemido. Todo horizonte está no sonho. Todo horizonte permanece quando não se tem portas. Permanecem onde sempre serão horizontes, por naturalmente não serem alcançados. Não há convite para entrar, nada, ninguém, apenas posso observar da janela, afinal, nunca tive portas. Toda a vida sempre permanecerá no sonho através da janela, nos buracos de minhas paredes.

Creio que não posso me perguntar o que naturalmente se perguntaria. Por que não pular as Janelas?

Porque estes são, os meus buracos...



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Confronto(forto)


As vezes acredito que as coisas mais fáceis da vida são as que menos praticamos.
Hoje senti tristeza pura, sempre senti tristeza por algum motivo ou por alguma coisa que acontece ou acontecerá. Hoje não, senti tristeza apenas, como se ela fosse alguém que estava do meu lado querendo conversar comigo. Caminhou do meu lado e me disse o quanto ela gosta da vida. Tristeza é certamente muito confortável, nos embala em um sono. Tive alguns momentos para conversar, mas resolvi não fazer muitas perguntas a ela, as vezes temos apenas que escutá-la.
Hoje escutei tristeza, hoje a tristeza me falou.