quarta-feira, 16 de março de 2011

Lágrima.


Nunca tive portas.

É estranho encontrar uma paixão pela liberdade do horizonte com a vida insistentemente presa a quatro paredes. Encontrar de repente o momento em que portas e janelas são exatamente as mesmas, ambas buracos nas paredes.

Incomodar-se repentinamente com a necessidade das quatro paredes e da contraditória necessidade de janelas. Observar atento e seguro, destemido. Todo horizonte está no sonho. Todo horizonte permanece quando não se tem portas. Permanecem onde sempre serão horizontes, por naturalmente não serem alcançados. Não há convite para entrar, nada, ninguém, apenas posso observar da janela, afinal, nunca tive portas. Toda a vida sempre permanecerá no sonho através da janela, nos buracos de minhas paredes.

Creio que não posso me perguntar o que naturalmente se perguntaria. Por que não pular as Janelas?

Porque estes são, os meus buracos...



2 comentários:

Unknown disse...

Lindo *-------*

R. disse...

Você escreve algumas coisas difíceis de ler, de interpretar... Nem por isso menos bonitas. Porém, pra dizer que entendi tudo teria que fazer uma das minhas entrevistas que você bem conhece. Mas talvez perderia um pouco da graça. Melhor que fique um tanto nublado pra mim. ;)